joletin de la Real ylcademia Gallega 307
da cidade cujo nome adoptaran ou das suas circunvizinhan?as; ou
por desconhecerem o que ela dantes tinha, ou por outra raz?o qua!:
quer ignorada, deramlhe ent?o o de Clunia, que, segundo se afirma,
f?ra terra que tinha gozado de especial preponderancia e se encontrara,.
como esta??o principal, a esquerda da estrada on via que terminando
ah (1), conduzia a Cesaraugusta,,a Caray ova de hoje.
A transforma??? em Crunha, que depois essa palavra sofreu, est?
em perfeita concordancia con a data da sua transplanta??o para a
actual Corunha, pois outra forma ela teria actualmente, caso esse facto
se tivesse dado antes. Com efeito, os ensinamentos da fon?tica, quer
galega, quer castelhana, dizemnos que s? posteriormente aos s?culos
ix ou x ? que o cl inicial cuma e noutra dar?a or; antes dessa ?poca o
seu representante natural teria sido respectivamente ch ou 11 (cf. chamar,
chave, etc., llamar, llave, etc., craro, trina, etc., claro, clamor, etc.) (2).
E em abono d'isto est? ser s? do tempo de Fernando II (11581188)
e mais certamente no de Afonso IX que aparece o seu asome. Numa
carta dirigida por este ?ltimo monarca ao cabido compostelano fazse
referencia a ela pestes termos: in loco qui dicitur Crunia apud turrim
de Faro.
De Crunha, que aparece pela primeira vez no Foro dos cregos,
por un fen?meno, que ?corre em todas as l?nguas e ao qual se d? o
asome de anaptyxe ou sivarabacti, fezse Curunha, que, sob a forma
alatinada Curunia, se l? em um diploma do mesmo rei Afonso IX. Por
processo inteiramente id?ntico e a mais a dissimila??o (l...z) r...l, depois
vocalizado, (como em chapeu, do fr. arcaico chapel) fizemos n?s corucheu
do, tamb?m franc?s, clocher. Se um antigo sub?rbio da primitiva aunia
(1) . Entendase na Corunha galega e Betan?os. Clunia, de que fazern men??o
T. Livio, Plinio, Suet?nio, Ptolomeu, Plutarco, Dio Cassio, Itinerario de Anto
nino e Geographus Ravennas, tinha o qualificativo de Colonia Sulpicia; era o
lugar mais consider?vel da Celtib?ria e assento de um conventus juridicus, que
compreendia varios poyos; segundo afirmam alguns historiadores, foi destruida
pelos godos, mas nao completamente, pois de documentos consta ter caido em
poder dos ?rabes, sendo depois recobrada por Afonso I que levou consigo para
as Asturias a povoa??o crist?; tornada a cair em poder dos sarracenos, recon
1 quistoua e povoona o conde de Castela, Pernio Gon?alves, vindo de certo
d'aqui o apelido del Conde da Corunha de hoje, que ha representa: cf. Enciclo
pedia de Espasa s. v. Clunia.
(2) Bourciez, El?ments de linguistique romane, p?g. 414, p?e a evolu??o do
clem // no s?culo xn, todavia ela j? aparece no Poema do Cid, escrito por essa kk
?
?poca.