Bolet?n de la. l~eal flcademia Gallega ~79
em poder do snr. Martelo Paum?n, e que, xia opini?o ! competentissima
d'aquelle illustre paleografo, data do ultimo ter?o do seculo xIIi. Com
preende elle o final da lei Xatitulo Xix?da Partida l.a e as leis ta a
iva e parte da va do titulo xx da mesma Partida.
? A. sua linguagem ? a mesma que se encontra nos documentos da
epoca, quer de proveniencia gallega, quer portuguesa, pois ? sabido que
as duas linguas ent?o quasi nada divergiam urna da outra; apenas no
texto de que me occupo ocorrem algumas f?rmas e vocabulos castel
hanos; o que n?o ? de estranhar, visto ser elle tradu??? deste ultimo
idioma: taes me parecem aiuna, cornplido e complidamente, ellos, escrivir,
esquilmos, justicia, mantengan, m?smo, perrochial, seglar, sennalada
mente, sirven, sobervia, toll?o, venc?o 1, vivimos e vivissen.
Essa quasi completa identidade que ent?o existia entre o gallego e
o portugu?s do Norte. de Portugal, pois ? este que conhecemos pelos
escritos da epoca, que s?o os documentos emanados dos cartorios, as
composi??es poeticas dos trovadores, obras asceticas, na sua maioria
tradu??es'do latim, e alguns ensaios historicos, em quanto a linguagem
do Sul apenas pelo onomastico nos ? revelada?essa quasi ?dentidade,
repito, melhor resaltar? do brevissimo estudo que passo a fazer do allu
dido Fragmento, sob os tres aspectos gramaticaes, fon?tico, morfologico
e sint?tico.
Como em portugu?s, o i ?tono est? representado por e: v?se isso,
entre outros exemplos, em dereito, dezemar, etc.; ocorrem, por?m, as
formas sirvir,, si rvico, (ao lado de sirvicio:que deve ser castelhana) e sin
lidos; ?.de crer que o i ?tono provenha do t?nico por assimila??o.O e
t?nico, que entre n?s, guando seguido de a ou o finaes, se ditongou pos
teriormente, para evitar o hiato, no gallego continuava e contin?a ainda
hoje, como em hespanhol; assim por exemplo, area, cea, colmea; etc. A
condensa??o do ditongo em vogal que se deu no portugu?s em igreja,
observa=se j? neste documento, mas, a par dessa forma, parece que exis
tia tambar) a portuguesa eigreja, pois o actual gallego ainda a conserva
juntamente com eireja; tamem l? aparece condensado o ditongo ou em
confirmoo, em vez de confirrnouo; cativo, porem, ? talvez lapso em lugar
de cautivo, como se dizia na nossa lingua arcaica e se ouve aind? em
hespanhol.' A forma maesteiral, que l? ocorre por meesteiral, se n?o ?
tambem devida a lapsus calami, resultar? de dissimila??o ou de influen
cia de maestre, Esta e aquella forma, alem de outras, taes como aviinca,
1 Assim era a pr?n?ncia destes dois vocabulos no antigo castelhano; o moderno,
por?m, deslocou o acento t?nico do i para o o final. Vide Men?ndez Pidal, Gran,. Kisl.,
pag. 218. .,