356 BOLETTN DE LA REAL ACADEMIA GALLEGA
O DR. LEITE DE VASCONCELOS
UM HOMEM DE CIENCIA QUE A MORTE LEVOU DE PORTUGAL
N?o ? poss?vel separar o homem e o trabalhador intelec
tual, guando ser homem e trabalhador forma integralmente
um todo indivis?vel. Porque h? escritores e homens de ci?n
cia, que n?o equilibram o que s?o, como cientistas ou literatos
com ?s suas responsabilidades mentais, e a vida pessoal fora
dessas actividades.
Em Leite de Vasconcelos havia apenas e sempre o mesmo
Leite de Vasconcelos : do estudante no PSrto e na Sorbona,
ao Prof essor da Faculdade de Letras da Universidade de Lis
boa; do Conservador da Biblioteca Nacional da capital por
tuguesa, do Fundador e Director do ?Museu Etnogr?fico Por
tugu?s?, depois ?Museu Etnol?gico Portugu?s?, e agora, ap?s
a sua aposenta??o em 1929, ?Museu Etnol?gico do Dr. Leite
de Vasconcellos? ; do publicista escolar da Escala M?dico
Cir?rgica do P?rto, ao tratadista magistral das Religi?es da
Lusit?nia (3 vols: 18971913), da Antropon?mia Portuguesa
(1928), da Etnografia Portuguesa (cuja publica??o, com tr?s
volumes j? sa?dos do prelo, 19331942, foi nele interrompida
pela morte em 1941), etc.
Conformou a voca??o de cientista com a constancia per
. . sistente de actividade nas ci?ncias a que se dedicou. Por isso
foi o trabalhador incafns?vel; adaptou o viver de cada dia ?
continuidade cultural da miss?o, que escolheu. Da conversa
particular, ora fortuita, ora procurada com inten??o de co
lheita de elementos necess?rios, ? banca de trabalho onde
aproveitava quanto lograra re?nir, tudo ? harm?nico e l?gi
? ? camente seguido. Homem e cientista, continuase.
A paix?o dominante foi a da Etnografia. O arque?logo, o
fil?logo, o numismata, completam o etn?grafo. At? o poeta de
A consci?ncia dos s?calos (1880), das Bailadas do Occidente
(1885) e Nuvens (1898), como de outra poesia menor ou de
express?o ocasional, continua o etn?grafo, para cujo espirito
concorrem t?das as sugest?es da arqueologia, da hist?ria e
da l?ngua p?trias.
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