88 BOLETIN DE LA REAL ACADEMIA GALLEGA
seiros que conservavam, como escreve Alberto Sampaio em 'As
Vitas do Norte de Portugal, "Sempre vivas as tradi??es e costu
m?s da s?ciedade` anterior e o g?nio das''popula??es antigas".
Da? o manterse sempre at? nossos dias a nobre. ? antiquissima
tradi??o liter?ria de fei??o Erica, melanc?lica, elegiaca e ;reli
giosa emanando do amor a terra, cuja express?o mais espiritual:
se encontra na generosa paix?o, a saudade, como a 'caracterizou
Pascoal Galindo Romeo (s).
Se do aspect() lingu?stico passarmos ao hist?ricog?ogr?ficor
n?o ? menos flagrante a evid?ncia de que constituinios, galegos
e portugueses, um tipo definido, uma individualidade caracte .
r?stica. Depois da invas?o mu?ulmana foi a regi?o do Noroesta
da peninsula, a ?nica parte da Espanha que conservou a inde
pend?ncia, donde se iniciou a reconquista crist?. Flutuantes os
limites Ida Gallaecia ? bem sabido que ela abrangia al?m da actual
Galiza, "parafso de montanhas verdes, ?obre solar de poetas
medievais", na ,definir?o primorosa de J?lio Dantas, a regi?o
e as popula??es de EntreDouro e Minho, chegando no reinado.
de Fernando I at? Coimbra. Lentamente a terra portucalense
come?a a individualizarse e nos meados do s?culo IX desarti
culase da Galiza como ^distrito novo, sem que no entanto se
interrompa a tradi??o liter?ria da ,p?tria origin?ria, pois, assim
o anota Rodrigues Lapa, na poesia trovadoresca portuguesa o
element() galego predomina sobre o portugu?s; de origem galegn.
? a major parte dos poetas dos Cfuncioneiros. Confirmase corn
toda a clareza que a situa??o geogr?fica e a ac??o hist?rica in
fluem na evolu??o liter?ria de maneira decisiva.
E se pro.curarmos o nosso roteiro ancestral, recuando a ?po
cas mais longfnquas, verificamos que essa unidade lusogalega
j? se esbo?a, porquanto toda a vasta regi?o do Noroeste da penin
sula, ineluindo as terras onde Portugal teve o seu in?eio, foi o
centro de irradia??o de uma cultura megal?tica que se alargou.
aos confins remotos da Irlanda e da Brentanha e por outro lade
ao Mediterr?neo especialmente a It?lia e a Malta, estendendose
at? Budapest, Mor?via e Bo?mia, tornandose o caminho natural
de passagem do tr?fego dos metais corn o Norte da Europa. Tal
irradia??o n?o oferece d?vidas gra?as ?s investiga??es duma
pleiada de arque?logos ilustres, como Bosch Gimpera, Hugo Sch
(3) Tug en la Baja Edad Media. Siglos XIIXV. 1923, pug. 15.