BOLET?N, DE LA REAL ACADEMIA GALLEGA 87
Por iso, n?o se me afigura despropositado que o romancista
portugu?s, autor da Rel?quia, do Primo Bas?lio e Crime do Padre
Amaro, traduzidos ,,polo maior, novelista espanhol, Va1leIncl?n.
de origem galega, seja exaltado polo 'escritor.galego.Alexandre
Perez Lug?n em La Casa: de la Troya pela boca de "uma das .per
sonagens do romance, o estudante Barcala, como a terceira pe
:.ssoa da trindade galaica: Rosal?a,,Curros e Era de Queiroz..?
E ao deliciarme com a Ieitura desse precioso escrinio.de
IIj?ias liter?rias de inestim?vel preco, os :C?mar?s Verdes de
Aquilino Iglesia Alvari?o, classico na perfei??o da forma,, mag
nifico na sua espontaneidade e singeleza, na frescura de origi
nalidade ind?gena,.' int?rprete dos tra?os mais belos da paisagem ,
e da alma galegas, ambas rescendentes de ido?ura e melan?oliai
poderia afoitamente colocar a sua poesia a par das can??es ,do
nosso D. Diniz, cit?lo na companhia do elenco dos ; liricos lust
tanos mais representativos de fisionomia tradicional do , povo
luso, afectivo, sentimental, saudosista,:ao lado:de Paseoais, M?rio
Beir?o, Correia de Oliveira e quantos outros.
Corn as mesmas justificadas raz?es.do estudante compostela
no no romance atr?s nomeado, de .que E?a era galego e bem
galego, poderiamos tamb?m afirmar que Iglesia Alvari?o ? luso
e bun luso na s?avidade da linguagem a saber . ao torr?.o, como
se exprirne Aubrey Bell, a prop?sito das c?ntigas de amor e
cantigas de amigo; na atmosfera melanc?lica que envolve today
as suas composi??es, a soidale, n? observa??o penetrante do
referido critico ingl?s "express?o do melane?lico temperamento
c?ltico, nascida na Galiza, continuada em Portugal em tom menos
concentrado, resultante do sol mais quente do Sul" (2), no seu
lirismo m?stico peculiar a poesia l?rica galega, mas que ? tarn.
b?rn car?cter essencial e perrnanente da literatura portuguesa
de todos os tempos. E esse lirismo nativo que Menendez y Pelayo
na Historia de la poes?a castellana en la Edad Media, como tam
b?m Menendez Pidal no Discurso acerca de la primitiva poesia
l?rica espa?ola, atribuem a um povo de pequenos . agricultores
dispersos por lugarejos e aldeias, ? volta do santu?rios e romarias,
como era a popula??o da reg??o ocidental do Douro, a Galiza
constitu?da por numerosa rede de pequenos propriet?rios e ea
(2) Aubrey Bell: A Literatura Porl juesa, trad. do ingles, Coim
bra, 1931, pag. 22.
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