86 BOLETIN DE LA REAL ACADEMIA GALLEGA
.dos dois povos. A ci?ncia filol?giea vem em auxilio da hist?ria.
Polo estudo de v?rios top?nimos galegos ?Cumibraos, Cumibrans,
Colimbrianos? c?m que os galegos designavam v?rios n?cleos po
pulacionais do norte da Galiza, oriundos de Coimbra; Viseu, terra
galega na par?'qu?a de Morquinti?n, mun. de Mug?a, prov. da C?
runha; San Juli?n de Mondego na foz de urn regato quo desagua
na Ha de Sada (prov. da Corunha),'o douto professor alem?o chega
? con?lus?o da exist?ncia de uma eolonisar??o portuguesa, ema
nada directamente de Coimbra.
Outro testemunho n?o houvesse ,das afinidades lusogalegas,
bastava a lingua ,para o confirmar de maneira irrecus?vel. A
palavra foi sempre est?mulo poderoso e essencial de sentimentos
desde . a alvorecer da exist?ncia.
At? ao dealbar do s?culo XIV, quem o ,poder? ignorar, os fa
tares da Galiza e Portugal Idiferenciavam.se t?o pouco que qua
se se podia dizer que entry eles se verificava indentidade comple
ta.
Esclarece Adolfo Coelho, o saudoso mestre, introdutor entry
n?s dos m?todos ?cient?ficos dos fil?logos alem?es no ambito da
filologia rom?,nica, iniciada pelo grande Diez, que comparando
as composic?es do Cancioneiro de Afonso X corn os Cancioneiros
portugueses ,da Vaticana, de ColocciBrancuti, hoje na biblioteca
nacional de Lisboa e da Ajuda, tern de se reconhecer que portu
gu?s e galego se filiam na mesma : origem comum, a lingua
gal?cioportuguesa dos s?culos X?I ia XIV (1).
Foi ela o instrumento admir?vel do lirismo medievo luso
espanhol, em quo Afonso IX de Le?o, o rei trovador, comp?s as
suas trovas mundanas e Afonso X, o s?bio, or?culo dos de Es
panha e de toda Europa, como lhe chamou o histori?grafo alco
bacense, Fr. Francisco Brand?o, comp?s as suas serranilhas e
can??es em louvor de Santa Maria. N?o ser? exagerado, segundo
penso, afirmar que ? no mesmo formoso idioma, em que os tro
veiros galegos e Eportugueses modularam os seus cantares, cheios
de beleza e gra?a, evoluido no transcurso dos s?culos e ramifi
cado nas linguas dos dois povos ?ali?s t?o semelhantes uma a
outra, por pequenas diverg?neias de forma e de pron?ncia? que
se exprimiam os escritores dos mais ilustres das duas p?trias.
(1) Adolfo Coelho : A Lingua Portuguesa 'lagalh?es Moniz, pag..
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