Estudos e investigacións sobre Xaquín Lorenzo Fernández
BOLETÍN DA REAL ACADEMIA GALEGA
grafia e História do Porto. A comunicação escolhida por Xaquín Lorenzo chamouse «As casas dos mortos», e figura no volume 2, de 1965, a p. 141145. Deste ano de 1963 data também um projecto de estudo sobre a debulha de cereal, iniciativa que Santos Júnior propõe ao presidente do Seminário de Estúdios Gallegos Padre Sarmiento, depois de ter obtido a prévia anuência de António Fraguas e Jesus Taboada, dispostos a passar parte do Verão a fazer recolhas sobre a malha na Galiza. Quer ainda mobilizar Fermín Bouza Brey e Xaquín Lorenzo até porque, se o projecto fosse bem estruturado e incluísse investigadores credíveis, poderia vir a ser subsidiado. Em Portugal contava com a parceria do Conde de Aurora para estudar o EntreDouroeMinho. Os resultados começaram a surgir logo nesse ano, com a publicação do artigo «Malha do centeio em Lavradas (Barroso)» (SANTOS JÚNIOR 1963). Jesus Taboada teria também, de facto, realizado recolhas de campo, uma vez que para os Trabalhos de 196566 envia o seu relatório sobre «La malla en la comarca del Támega superior» (TABOADA 196566). Já o Conde de Aurora se fica por um texto mais sintético, inserido na Revista de Etnografia de 1966 (AURORA 1966). Ambos utilizam ilustrações desenhadas por Fernando Galhano. Uma década depois, Santos Júnior retoma o assunto, explicando algo melhor como decorrera o processo e publicando um texto de síntese intitulado «A cultura dos cereais no leste transmontano» (SANTOS JÚNIOR 1977). Não sabemos com exactidão o que se terá passado com as demais colaborações previstas, nomeadamente as de investigadores galegos. Nos Trabalhos da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, volume 20 (12) de 196566, na revista bibliográfica, deparamos com uma recensão à «História de Galiza», feita por Santos Júnior. Este rejubila com a obra que tem entre mãos (de que comprara um exemplar para a Sociedade, tendo recebido outro, pessoal, do seu amigo), começando por classificála de «monumental que o nobilíssimo espírito de Castelao tantas vezes sonhou». Ao chegar ao trabalho de Xaquín Lorenzo os encómios continuam, definindoo como discípulo e companheiro de Vicente Risco e de Florentino Lopez Cuevillas, diz «impõese como um dos maiores etnógrafos peninsulares» (p. 206), elogio que repete «sem favor» no fascículo seguinte dos Trabalhos, reportandose agora ao artigo sobre «Vellas artes de pesca no rio Miño», publicado na Revista de Etnografia. Dissemos antes que Xaquín Lorenzo não havia colaborado com a revista Douro Litoral, dirigida por Augusto César Pires de Lima, director do Museu de Etnografia e História, por estranho que possa parecer. Mas para a Revista de Etnografia, que lhe sucede em 1963, quando o leme passa para a mão de Fernando de Castro Pires de Lima, já vai ter ocasião de se apresentar, com duas achegas. A primeira é o artigo que acabamos de mencionar, «Vellas artes de pesca no rio Miño», inserto no número 14, de 1966, a páginas 289295, texto de uma charla que lhe pedira Santos Júnior na Primavera de 1964. Nesta estadia no Porto(?) tem ainda ocasião de fazer outra conferência acerca da «Arqutectura prerrománica no NW Peninsular». A segunda contribuição para a Revista virá no núme227 Nº 365